quarta-feira, 27 de junho de 2012

XIX ENCONTRO NACIONAL DAS FAMÍLIAS DOS PADRES CASADOS



Acontecerá nesta semana em Fortaleza, entre os dias 27 de junho e 01 de julho, o XIX ENCONTRO NACIONAL DAS FAMÍLIAS DOS PADRES CASADOS. Será no SESC-IPARANA. Estão inscritos 145 participantes entre casais e jovens, vindos de todas as partes do Brasil, como também de alguns países latino-americanos, como Argentina, México, Peru e Equador.

No Brasil há em torno de 7.000 padres casados.

Os participantes do Encontro Nacional não se debruçarão sobre questões como o fim do celibato obrigatório, relacionamento com a hierarquia da Igreja, ter licença ou não de poder voltar a celebrar os sacramentos e demais outras questões deste gênero, pois estes assuntos precisam ser estudados e debatidos em âmbito mais amplo da nossa Igreja através de aprofundamentos sérios e reflexões contínuas. O encontro terá como tema “DA IGREJA QUE TEMOS PARA UMA IGREJA À LUZ DO ESPÍRITO DO CONCÍLIO VATICANO II NA AMÉRICA LATINA”.

A escolha deste tema se deve, evidentemente, ao fato que há cinqüenta anos, em 1962, deu-se início ao Concílio Vaticano II, por muitos historiadores, teólogos e pastoralistas considerado, ainda hoje, momento crucial para a vida da Igreja. Em alguns aspectos, este Concílio tornou-se uma guinada quanto à maneira de pensar a Igreja em sua relação com o mundo. A dinâmica do “aggiornamento” (colocar-se em dia, estar atualizado, adaptar-se à realidade da vida das pessoas, falar uma linguagem que possa ser entendida), que impulsionou boa parte dos trabalhos durante o Concílio, deve ser considerada a base da atitude com a qual devemo-nos revestir na nossa reflexão: sempre estarmos atentos(as) aos sinais dos tempos e darmos respostas adequadas à realidade atual. A igreja, e nós com ela, vivemos num mundo real. Os padres casados e suas famílias fazem parte desta Igreja e deste mundo. Hoje constatamos que muitos cristãos de boa vontade percebem nitidamente que a Igreja, como movimento religioso, não está atenta aos sinais dos tempos, tem dificuldade de adequar seu pensamento teológico e suas expressões pastorais a uma nova linguagem, razão pela qual muitos jovens e adultos não se reconhecem na mensagem que a Igreja usa. E se perguntam: o que está acontecendo com a Igreja hoje, o que ela quer, que rumo ela está tomando, que tipo de evangelização ela propõe, como ela está, ou não, anunciando o Reino de Deus?
Como Movimento das Famílias dos Padres Casados, não podemos ficar alheios a todas estas questões e, em geral, ao ritmo no qual este mundo e Igreja caminham. É também por este motivo que o Encontro Nacional não quer ser apenas uma memória do passado, isto é, do Concílio como fato ocorrido no passado. Queremos e precisamos refletir daqui para frente: o Concílio Vaticano II jogou uma nova luz sobre o papel da Igreja no mundo, tornou-se “uma primavera” como dizia o Papa João XXIII. Mas, evidentemente, o Concílio não deu a palavra final. Cabe a nós darmos continuidade ao processo de atualização constante da Igreja, para que ela esteja sempre em sintonia com o mundo, a fim de evitarmos que esta primavera do Concílio Vaticano II se torne um inverno frio, congelando idéias, propósitos e sonhos, dando chance à volta do “outono da Idade Média”.

Nas manhãs de cada dia haverá palestras e debates acerca de assuntos ligados ao Concílio Vaticano II. MARIA SOAVE falará sobre: “Elementos bíblicos que têm sido importantes e determinantes para os documentos do Concílio Vaticano II”. Padre Manfredo Araújo de Oliveira abordará o tema: “Como as linhas mestras das Conferências Episcopais de Medellín e Puebla têm sido a ‘tradução’ do Concílio Vaticano II para a igreja na América Latina, principalmente no que diz respeito aos documentos “Lumen gentium” (Luz dos povos) e “Gaudium et spes”( Alegria e esperança)?”, e Carlo Tursi discorrerá sobre “Uma leitura da igreja no Brasil e na América Latina hoje: o que podemos evidenciar nas conferências do episcopado latino-americano no modelo e na prática da igreja? Quais perspectivas?”

Desta forma, os participantes do Encontro desejam contribuir para clarear, para si mesmos e para os outros cristãos, o papel da Igreja hoje. Procuraremos ser uma força na formação de comunidades que querem seguir a mensagem de Jesus, ser fermento que penetre na realidade do mundo. Propomos a todos e todas partirmos para uma reflexão contínua que leve a uma conscientização clara sobre a nossa missão de ajudar a construirmos, a partir da nossa fé, um mundo respirável, irmão e de paz.



Geraldo Frencken

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